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A principal constatação que esteve na origem deste blogue passa pelo facto de os tempos que atravessamos não serem tempos como os outros. Aquilo que tomávamos por adquirido quanto ao nosso Estado social, à saúde da nossa democracia e ao destino do projecto europeu é hoje posto em causa todos os dias, sem que o debate público de ideias em torno deste desafio corresponda aos mínimos olímpicos que se exigiriam. Os cidadãos estão cada mais descrentes dos seus representantes, os seus representantes estão cada vez mais absorvidos pela bolha virtual e mediatizada que rodeia os espaços do poder e o conjunto do País empobrece, vítima de estratégias desconexas da realidade, esvaziadas de solidariedade e perdidas em contradições.
Alguns de nós, autores e autoras deste blogue, exercem funções públicas ou já as exerceram, outros têm tido graus variados de intervenção cívica ou associativa em vários momentos das suas vidas, mas todos partilhamos uma inquietação quanto ao rumo para o qual a nossa centenária República se encaminha e a convicção de que é nos valores da esquerda democrática e republicana que se encontram as soluções para os seus problemas. Sabemos também que padecemos de muitos dos males que diagnosticamos e não queremos fugir à crítica ou ao debate que a nossa própria humana imperfeição pode suscitar. Mas, acima de tudo, queremos usar este cantinho virtual para dizer presente a este debate, provocar outros a fazer o mesmo e explorar até ao máximo aquela que é das liberdades mais fundamentais nas sociedades democráticas: a da palavra!
E sem desmerecer outras tradições, a figura do Filibuster parlamentar, popularizada no contexto do Senado americano, mas com pergaminhos igualmente dignos de nota noutros tempos da nossa própria história política, pareceu-nos traduzir o espírito do que pretendemos incutir à nossa intervenção.
Trata-se, acima de tudo, de uma forma de manifestar que o mais imprescindível é não deixar de falar, discutir ideias, insistindo nos valores que nos guiam e recusando compromissos e soluções artificiais nos princípios estruturantes. Claro que a opção pode também ser vista como uma gentil e provocatória ameaça de obstrução aos adversários, mas sendo a blogosfera um espaço de convívio plural prometemos que os nossos flibusteiros apenas pretendem afogar a vizinhança em argumentos (e dos bons!).
Finalmente, prometemos também não ficar obcecados apenas com a espuma dos dias do debate político, apontando para uma mistura bem mais rica em temas do que a nossa estética e nome poderiam denunciar (não esquecendo, porém, que uma das formas de manter um filibuster eficiente a durar várias horas, passa muitas vezes pela leitura integral de romances ou de antologias poéticas).
Esperamos que continuem a visitar-nos.
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