por David Areias, em 07.10.13

Fernando Rosas e Cristina Sizifredo
Estado Novo e Universidade: A Perseguição aos Professores
Tinta da China, 2013
"Ainda assim, porque é nas universidades que vamos encontrar, também, algumas das figuras liderastes da oposição intelectual, o Estado Novo não deixará de aproveitar certas conjunturas políticas críticas de maior força, ou de maior perigo, para proceder à limpeza dos remanescentes "espíritos rebeldes" e "inadaptados" das universidades, mesmo que, por vezes, estes nem sequer fossem pessoas com empenhamento político activo. Tratava-se de intimidar, de dar o exemplo, isto é, de reprimir preventivamente a simples atitude e os "excessos" do livre-pensamento. De nenhuma dessas vezes, em 1935, em 1946, em 1947, em 1973, é sabido que alguma instituição ou órgão universitário tenha assumido, por discreto que fosse, o menor gesto de repúdio das acções persecutórias ou de solidariedade para com os perseguidos. Convém, aliás, dizer que alguns dos docentes serão na verdade demitidos por expressarem publicamente o seu protesto contra situações iníquas ou de repressão política de estudantes ou colegas, ou a sua solidariedade para com eles."
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