por David Areias, em 19.06.13
[ as duas faces do futebol ]

Franklin Foer
Como o Futebol Explica o Mundo
Palavra, 2006 (Edição Portuguesa)
"Quando Eurico Miranda integrou a direcção em 1975, aos trinta e poucos anos, era um homem de recursos limitados. Filho de um pasteleiro português, trabalhara como um vendedor numa sucursal da Volkswagen no Rio. Mas com o seu carisma, rapidamente trepou a hierarquia do Vasco pela politiquice. Mudou a sua vida. Adquiriu casas à beira-mar no Rio de Janeiro e um iate. Não se trata de uma história de fortuna adquirida pelo seu esforço. Por esta altura, a imprensa brasileira e uma investigação federal documentaram as infracções de Miranda. (...) 'É claro,' concluiu o senado, 'O Sr. Miranda desviou para as suas contas dinheiro que pertencia ao Vasco.' Miranda não dissimulara o seu rasto com grande cuidado. Não precisava. Desde que mantivesse o seu lugar no congresso, a imunidade parlamentar protegia-o da acção legal. Com o apoio dos muitos eleitores adeptos do Vasco, parecia que lhe era possível aguentar-se para sempre."
"Só o Camp Nou proporcionava aos catalães um sítio onde gritar e berrar contra o regime, no seu próprio, proibido, vernáculo. Manuel Vasquez Montalban, um dos grandes escritores contemporâneos de Espanha, publicou um romance sobre o Barça intitulado Offside. Descreveu o clube como 'a épica arma de um país sem Estado... As vitórias de El Barça eram como as de Atenas sobre Esparta."
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