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Mais notícias sobre a tranquilissíma revolução em curso na Educação em Portugal.
Depois de a disciplina de Formação Cívica ter deixado de ser de oferta obrigatória na revisão curricular do Ensino Básico e Secundário implementada por Nuno Crato, ficámos a saber esta semana que, aparentemente, a nova religião cívica do empreendedorismo parece ter conseguido foros de cidade e espaço obrigatório graças ao labor de Pires de Lima. Bom, talvez não tanto, porque parece que se esqueceram de perguntar ao Ministério da Educação...
Para o autor da ideia, esqueçam lá isso de formar cidadãos e cidadãs, o que é prioritário é gerar fornadas de empreendedores, Homens e Mulheres Novos moldadinhos na forma do guru/embaixdor do "bater punho", Miguel Gonçalves.
Para que não fiquem dúvidas, nem venham aí saraivadas contra um putativo menosprezo meu pelo tema, nada tenho contra a inclusão de conteúdos relativos à educação económica, à literacia financeira ou mesmo ao empreendedorismo nos curricula (como aliás resulta das atuais orientações sobre educação para a cidadania, a tal que deixou de ser de oferta obrigatória). Uma disciplina de Educação Cívica abrangente e plena deve ter isso e bastante mais, desde educação para os direitos fundamentais, educação ambiental e para a saúde, noções fundamentais sobre a instituições democráticas, entre outros temas. Subordinar o seu perfil essencial a conteúdos complementares é que revela a ausência de noção de quais os valores a transmitir prioritariamente pela escola.
Pelo meio, continuamos a não conseguir encontrar responsável algum no Ministério da Educação que explique qual será, na falta da Educação para a Cidadania, o espaço curricular adeqaudo para a introdução de um trabalho fundamental, previsto no IV Plano Nacional para a Igualdade, que a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género tem comtinuado a desenvolver, como lhe compete: os guiões para Educação, Género e Cidadania (já disponíveis para o pré-escolar e todos os ciclos do ensino básico).
E para quem ache que estou só mal-disposto, a caricaturar e a exagerar as leituras de (mais) um caso de descoordenação entre membros do atual Governo, lembrem-se daquele debate parlamentar em que a maioria anatemizou a ideia de ensino da Constituição nas escolas públicas proposta pelos Verdes, como se a sugestão fosse equiparável a ensinar os princípios fundamentais da ideologia juche aos alunos portugueses. Mais do que mil descoordenações e respostas evasivas quanto ao futuro da Educação para a Cidadania, esse debate vale como demonstração à saciedade da visão que o Governo e a maioria têm do assunto (com honrosas execeções, como foi o caso de Mota Amaral, que votou a favor do projeto de resolução).
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