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A letargia

por Pedro Ângelo, em 10.01.14

Numa semana marcada pelo prematuro desaparecimento de um dos maiores vultos no pretérito século do desporto nacional, constata-se o torpor a que, melancolicamente, retornámos após quase 40 anos de democracia.

Não querendo retirar o foco à homenagem merecida, e devida, a Eusébio da Silva Ferreira, fico incomodado com o país em suspenso e a adesão em massa às cerimónias fúnebres que se arrastaram por 48 horas, com direito a cobertura e a emissão constante pelos canais portugueses de televisão em sinal aberto.

Cabe extrair daqui algumas considerações, o futebol como desporto rei assume cada vez maior importância no quotidiano das pessoas, movimentando paixões e ódios num país em crise económica carente de emoções.

Ainda que com as devidas cautelas, o futebol assume-se como o circo às massas dos tempos hodiernos, que divertia e silenciava os súbditos de Roma. Com as devidas cautelas porque o futebol é um desporto sem violência e até muitas vezes promotor da inclusão e da integração social.

Não obstante isso, entendo que o futebol assume hoje excêntrica importância em detrimento de causas maiores por inépcia dos seus agentes em alguns casos e por conveniência em outros. E aqui refiro-me directa e especialmente aos políticos que hoje nos lideram. Se a mediocridade impera no seio dos partidos políticos e é conveniente aos seus intérpretes, não se deve excluir a responsabilidade àqueles que, possuindo as competências e o reconhecimento público para o impedir, se frustram em lugares cómodos e em cadeiras de opinião.

Em diversos estudos de opinião publicados, as pessoas demonstraram desdenho com as actuais lideranças políticas, emitindo uma esmagadora preferência por outros que na sombra permanecem, cogitando pelo dia em que todos os ventos soprem a favor. Ora, socorrendo-me duma máxima futebolística, uma equipa só joga o que a outra deixa jogar.

Sob pena da letargia actual se tornar fatal, é tempo de arriscar!

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publicado às 12:30



1 comentário

De Maria Pinheiro a 10.01.2014 às 13:35

Muito bom

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Filibuster, subs.

1. Utilização de tácticas de obstrução, tais como o uso prolongado da palavra, por membros de uma assembleia legislativa de forma a impedir a adopção de medidas ou a forçar uma decisão, através de meios que não violam tecnicamente os procedimentos devidos;

Filibuster, noun
1. The use of obstructive tactics, such as prolonged speaking, by a member of a legislative assembly to prevent the adoption of measure or to force a decision, in a way that does not technically contravene the required procedures;

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