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O Panteão não é só para o escrivão e para o charlatão.

por Nuno Félix, em 08.01.14

Nem o Eusébio foi apenas um atleta de exceção nem o futebol é apenas mais uma modalidade desportiva. Eusébio pode reclamar para si uma boa parte do orgulho, sentimento de pertença, dignidade nacional que assistiu a um país "orgulhosamente só" pluri-continental, ultra-analfabeto, mega-pobre, multi-miserável. Para mais de uma geração, e muito em particular para os portugueses na diáspora, Eusébio foi, a dada altura, talvez a melhor razão para continuarmos a ser portugueses, ou pelo menos para continuarmos a sê-lo com menos vergonha. Aliás, até Salazar percebeu que tinha ali um "património nacional" essencial para a própria coesão do Império e para a sua sobrevivência no contexto internacional. E quanto ao ofício... bem, deve o Panteão ser reservado apenas a alfabetizados escritores e trovadores? Que não haja quaisquer dúvidas em afirmar que se antigamente os povos vibravam com feitos dos nossos maiores guerreiros, relatados uma pena inspirada ou por uma voz mais afinada, e apenas assim conquistaram a eternidade, hoje, na era do digital/global essa poesia escreve-se de 15 em 15 dias no Bernabéu em direto e a cores para centenas de milhões de pessoas. Aliás à nossa escala, não fosse o futebol e é fiável apostar que 99% dos portugueses nascidos depois do 25 de Abril desconheceriam por completo o próprio hino nacional.

Eusébio no Panteão claro está porque estamos no século XXI, com tudo o que isso significa de bom e de menos promissor.

Hoje os lobos uivam quando, e à escala planetária, de cabeça, de pé direito ou com a canhota, o Aquilino Ribeiro que joga com a camisola 7 da nossa seleção, marca um golo para alegria de todo um povo, amaldiçoado pela diáspora, condenado pelas suas elites. As mesmas que reservam para si o direito de ocupar os jasigos vagos no Panteão Nacional.

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publicado às 21:56





Filibuster, subs.

1. Utilização de tácticas de obstrução, tais como o uso prolongado da palavra, por membros de uma assembleia legislativa de forma a impedir a adopção de medidas ou a forçar uma decisão, através de meios que não violam tecnicamente os procedimentos devidos;

Filibuster, noun
1. The use of obstructive tactics, such as prolonged speaking, by a member of a legislative assembly to prevent the adoption of measure or to force a decision, in a way that does not technically contravene the required procedures;

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