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Adeus tristeza até depois...

por Nuno Félix, em 07.02.14

"Regressei há dias do Brasil, para onde agora vou viver e trabalhar. Uma coisa não vai sem a outra, e a vida aqui no meu País, ao fim de 50 anos de profissão tornou-se impossível, sem trabalho. Mas vou sem amargura, sem tristeza; a vida ensina que enquanto houver caminho...Ou então, talvez melhor, como diz o Poeta: "Caminhante não há caminho, faz-se o caminho ao andar." Quero partilhar com todos vocês o entusiasmo e alegria que sinto nestes dias antes da partida, dos apoios que tenho recebido de cá e de lá, e dizer-vos também que nada na vida é definitivo, a menos que falemos da morte. Faço música quase todos os dias, escrevo, reformulo, penso e repenso no meu trabalho e numa obra que só me honra, por saber de todos aqueles que foram indispensáveis para que eu conseguisse essa coisa maravilhosa que é chegar aos 65 anos e estar cheio de força e confiança para continuar. Sou o primeiro a entender que meio século de actividade e exposição pública são coisas que saturam o público, e é sem qualquer azedume que aceito que há outras pessoas e imagens que o mesmo público agora deseja. Nunca poderei agradecer o amor incondicional que ao longo de meio século milhares de pessoas me deram, nada pedindo em troca que não fosse mais uma cantiga, a única coisa que aprendi a fazer decentemente toda a minha vida.
Estaremos sempre por aqui, em contacto, e eu com esperança de conseguir divulgar um pouco mais e melhor uma Cultura que inventámos e que nunca promovemos: a Canção feita em Portugal.
Muitos brasileiros me desejaram pessoalmente as boas vindas, mal sabendo eles que vocês vão todos comigo. Fernando Tordo"

 

E assim quem não se aposenta, se ausenta. Mas com 65 anos de idade!? Teimoso o bardo que teima em não seguir os exemplos que excretam de cima... Pode a nação ganhar a guerra quando o chefe vai para o campo de batalha calçado nas pantufas do pensionista, e o trovador vai moralizar às tropas do outro lado do oceano?!

Pode o confidente do poeta não seguir num crescente confronto com a sua memória, ao perceber que já não dá baile aos PIDE´s que julgaram "A tourada" como uma ode à mais reaccionária das tradições, e que com a complacencia de outrora compagnons de route, a batuta do maestro retornou às mãos dos fiéis herdeiros dos algozes da liberdade?!

São velhos os novos horizontes que cantam, glorificados na forma de sorteio fiscal de carros de luxo para quem não tem dinheiro para pagar a casa ao banco. E que podemos dizer nós ao velho libertário que recusa coadoptar a ladainha do desfiar das contas deste rosário?

Talvez qualquer coisa parecida com:

- Vai Fernando, e faz feliz por lá os portugueses que te precederam. Esta laranja amarga e doce teu poema espremida até à última gota de talento, pátria que pariu a pátria de Gabriel O Pensador, jamais reinventará episódio tão expectacular como o Brasil. Único lugar no mundo lusófono onda o lema "Ordem e Progresso" não obriga a uma rima com billete de ida sem data de regresso. O Brasil, finalmente, parece estar a cumprir o seu ideal. Francisco Buarque de Holanda em 1974 pensou o mesmo de Portugal. Pensou mal.

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publicado às 10:29

LEITURAS

por David Areias, em 19.06.13
[ as duas faces do futebol ]


Franklin Foer
Como o Futebol Explica o Mundo
Palavra, 2006 (Edição Portuguesa)

"Quando Eurico Miranda integrou a direcção em 1975, aos trinta e poucos anos, era um homem de recursos limitados. Filho de um pasteleiro português, trabalhara como um vendedor numa sucursal da Volkswagen no Rio. Mas com o seu carisma, rapidamente trepou a hierarquia do Vasco pela politiquice. Mudou a sua vida. Adquiriu casas à beira-mar no Rio de Janeiro e um iate. Não se trata de uma história de fortuna adquirida pelo seu esforço. Por esta altura, a imprensa brasileira e uma investigação federal documentaram as infracções de Miranda. (...) 'É claro,' concluiu o senado, 'O Sr. Miranda desviou para as suas contas dinheiro que pertencia ao Vasco.' Miranda não dissimulara o seu rasto com grande cuidado. Não precisava. Desde que mantivesse o seu lugar no congresso, a imunidade parlamentar protegia-o da acção legal. Com o apoio dos muitos eleitores adeptos do Vasco, parecia que lhe era possível aguentar-se para sempre."

"Só o Camp Nou proporcionava aos catalães um sítio onde gritar e berrar contra o regime, no seu próprio, proibido, vernáculo. Manuel Vasquez Montalban, um dos grandes escritores contemporâneos de Espanha, publicou um romance sobre o Barça intitulado Offside. Descreveu o clube como 'a épica arma de um país sem Estado... As vitórias de El Barça eram como as de Atenas sobre Esparta."

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publicado às 23:00





Filibuster, subs.

1. Utilização de tácticas de obstrução, tais como o uso prolongado da palavra, por membros de uma assembleia legislativa de forma a impedir a adopção de medidas ou a forçar uma decisão, através de meios que não violam tecnicamente os procedimentos devidos;

Filibuster, noun
1. The use of obstructive tactics, such as prolonged speaking, by a member of a legislative assembly to prevent the adoption of measure or to force a decision, in a way that does not technically contravene the required procedures;

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