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Chegou a hora!

por Nuno Félix, em 27.05.14

António Costa fez uma leitura correcta dos resultados da noite de ontem. Não terá sido a vitória anémica do Partido Socialista nem o discurso delirante do actual Secretário-Geral que o impeliram para a afirmação da alternativa, António Costa percebeu que numa altura em que a extrema direita avança por toda a Europa, não é tempo para mais esperas e indefinições, o discurso da solidariedade e da tolerância tem que ter lideranças forte e responsáveis. António Costa, que tem feito um excelente trabalho à frente da Câmara Municipal de Lisboa, será um líder da oposição muitíssimo mais forte do que o tem sido António José Seguro, e decorrentemente será um primeiro-ministro incomparavelmente mais competente do que o é Pedro Passos Coelho.

Mas antes de apanharmos as canas do foguetório será chegada a hora do PS se definir enquanto partido, e mostrar do que é ainda feito, ou nem por isso. É esperar para ver. Mas o avanço de António Costa é uma inquestionável boa noticia para o país.

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publicado às 15:15

Enfim Livre

por Nuno Félix, em 23.05.14

As ultimas semanas foram de uma serena angustia, de um desalento desconhecido, de uma desesperança indignada tolhida por uma cidadania solitária que me apagou de entusiasmos, e outras razões, em riscar a cruz em qualquer uma das quadriculas no boletim de voto de domingo.

A minha decisão estava tomada, ia VOTAR EM BRANCO!

Ainda assim, procurei algo, uma resposta certa a uma questão relevante, uma hipótese honesta, que mesmo que modesta, pode-se abrir uma nesga para a construção de uma solução.

Desabafei e desafinei, contestei, repostei, filibustei, simplesmente postei e recomentei comentários de que gostei e desgostei e por fim mudei.

O diagnóstico está feito, os noticiários de hoje abriram com as noticias de ontem. As caras dos nossos problemas são as que conhecemos bem. Um arco do poder cada vez mais flat.

Sou mais uma vitima da governação? Não. Sou um privilegiado, porque não caí no desemprego e posso viver acima do meu limiar de dignidade. Indigno seria até não assumir a responsabilidade que também tive por ter colaborado voluntária e voluntoriosamente na ultima legislatura do PS, e que acabou como todos sabemos.

Deixemos de lado os discursos de palavrosos pantemineiros profissionais,  a política são os resultados e o caminho que se percorreu para os atingir. Os resultados da governação e da oposição são miseráveis. Os esquemas político partidários de conquista e manutenção do poder, a própria retórica e praxis parlamentar feita de tacticismo e cínica cretinice, estão enquistados no seio dos grandes estruturas partidárias.   

Tenho hoje uma visão bem diferente do que são os partidos com assento  parlamentar e de quem são grande parte dos seus protagonistas. Eles são, cada um à sua maneira, parte do problema. É ouvi-los com paciência e atenção, para lá de um quotidiano demagogo e mediano nada subsiste, o aparelho, a estrutura, o corrupto e o controleiro têm sempre mais a perder do que a ganhar. O liberdade não passa por lá, mas pode passar por aqui.

Existe num entanto uma mensagem que é:

-       inclusiva;

-       incisiva;

-       informada;

-       inconformada;

-       aberta;

-       indiscreta

-       futurista

-       realista

Em toda a liberdade, descomprometida de quaisquer compromissos morais e formais anteriores, no domingo existe uma opção que somos livres de escolher. Votar, não votar, riscar muito ou pouco, certo ou errado, dobrar em quatro ou até amarrotar o pedaço de papel. O que fizer que poderá valer tudo ou nada mesmo, para aquele que será o nosso futuro colectivo.

Agradeço a todos os amigos com quem tenho dialogado nos últimos dias pelos  contributos generosos ou até apenas provocatórios para a reflexão interior que efetivamente fiz, para a leitura dos documentos que procurei.

Agradeço os reptos do Rui Tavares para me juntar a uma mudança que urge.

O Livre é um risco de PRD, de BE, de MES, mas quando estes movimentos políticos nasceram ainda havia esperança, o futuro parecia perto e luzia. Hoje o risco é nada fazermos, é não assumirmos o risco de escolher um voto que terá consequências efetivas individuais e colectivas porque sabemos que será consequente com aquilo que se propõe.

Este pais não é para novos altruísmos, o que desejo para ti, é o que mais quero para mim, para a minha família, e essencialmente para os meus filhos. Portugal e a Europa têm que voltar a ser espaços solidários de esperança na paz e na prosperidade.

O VOTO NO LIVRE, é libertador e ao mesmo tempo revelador.

Libertador porque liberta-nos de preconceitos alicerçados na credibilidade institucional das outras opções partidárias que conhecemos de momentos anteriores a esta campanha.

Revelador porque expõe ao ridículo o quão condicionados estamos pelo discurso dominante, das inevitabilidades pró e contra o status quo.

Quem tem medo do ridículo da insignificância não fará este caminho. Mas aqui haverá nova revelação, quem votar Livre apenas quererá reconquistar a sua liberdade e não terá a extensa agenda de vergonhas e egoísmos das grandes máquinas partidárias a amarrarem-lhe o orgulho no seu sonho que cada um de nós fará por materializar o melhor que souber.

Domingo, dia 25, podemos partir de uma folha em branco mas com tanta coisa responsável e exequível já lá escrita, votando numa nova abordagem à política nacional e Europeia.

Hoje não consigo encontra uma única razão para não desejar que Rui Tavares continue no Parlamento Europeu e que um novo espaço de diálogo cresça à esquerda, e fortaleça uma esquerda democrática e responsável.

Por todas as razões que tive oportunidade de contrastar vou votar Livre. E para aqueles que, por ventura por razões semelhantes às minhas, se preparavam para votar branco, ou nulo, ou sequer para nem comparecer a esta votação, apenas vos peço que visitem o site do Livre, que  e reflitam individual e/ou colectivamente como eu o fiz e que por fim decidam votar a favor de ideias positivas, com futuro, abertas ao contributo de todos nós, portugueses solidários e comprometidos consigo e com o outro.

Forte abraço, e de novo obrigado, que mais não seja por honrares com a tua leitura as experiencias e ideias que aqui partilhei.

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publicado às 23:28

Regresso ao passado um pouco por todo o lado

por Pedro Delgado Alves, em 13.01.14

Os ventos do regresso ao passado não se ficam pelas parvoíces promotoras do retrocesso educativo que pontuaram este fim-de-semana em Oliveira do Bairro, nem sequer são exclusivo de alguma direita cá do burgo. Na velha Albion, o gosto pelo antigamente está a marcar pontos de forma clara e, com umas eleições europeias a caminho e um ameaço de bom resultado por parte do UKIP de Nigel Farage, o establishment conservador não perde uma oportunidade na corrida para o fundo do populismo: o núcleo do duro dos eurocéticos exige agora um poder de veto do Parlamento britânico sobre a produção normativa europeia. Estou longe de aderir à estupenda gestão dos líderes europeus que temos e acho que é precisamente a falta de capacidade de regeneração do projeto europeu que vai dando mais espaço para isto, mas os sinais são preocupantes em si mesmos. 

 

No entanto, não é tudo o que gostaria de destacar, uma vez que os sintomas nacionalistas andam por outros lados, normalmente poupados a estas linhas de leitura excessivamente politizada. A semana passada, por exemplo, foi a novela promovida pelo Secretário de Estado da Educação, Michael Gove, em torno da visão dominante sobre a I Guerra Mundial, que acusa de contaminada por desvios históricos dos perigosos marxistas que ocuparam as Universidades. Estes historiadores não patrióticos teriam, segundo o responsável pela pasta da educação, contribuído para denegrir a liderança militar e impedir a passagm da mensagem certa sobre a guerra, a de que imperialismo alemão precisava de ser travado (um quadro nacionalista e maniqueista particularmente útil para lançar farpas a uma UE gemanizada). Pelo meio, a quarta série da saga da família Blackadder, passada numa trincheira em França em 1917, não escapa incólume, precisamente porque contribui para o tal desprestígio da gesta heróica com a sua perigosa leitura irónica e relativista.  

 

Nada melhor do que diálogo da própria série para conseguirmos rir a pensar e pensar a rir sobre a complexidade indispensável à História do caminho que levou as potências europeias ao suícido coletivo do primeiro conflito mundial. Será uma boa oportunidade para acertar no tom certo para assinalar o seu centenário. Ora cá vai: 

 

Blackadder: Do you mean "Why did the war start?"

Baldrick: Yeah.

George: The war started because of the vile Hun and his villainous empire-building.

Blackadder: George, the British Empire at present covers a quarter of the globe, while the German Empire consists of a small sausage factory in Tanganyika. I hardly think that we can be entirely absolved of blame on the imperialistic front.

 

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publicado às 00:18





Filibuster, subs.

1. Utilização de tácticas de obstrução, tais como o uso prolongado da palavra, por membros de uma assembleia legislativa de forma a impedir a adopção de medidas ou a forçar uma decisão, através de meios que não violam tecnicamente os procedimentos devidos;

Filibuster, noun
1. The use of obstructive tactics, such as prolonged speaking, by a member of a legislative assembly to prevent the adoption of measure or to force a decision, in a way that does not technically contravene the required procedures;

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