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Da vontade

por Pedro Vaz, em 27.01.15

 

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A vontade é talvez a maior força da humanidade. Não há barreira ou obstáculo que se lhe faça frente.

Foi e é a vontade do povo grego que permitiu a vitória do Syriza e, consequentemente, imporá (espero) a ruptura do mundo do "inevitável".

Percebe-se o burburinho, o incómodo, as ameaças entredentes e a chantagem política sobre o povo grego e o seu recém epossado Governo. Tsipras pôs em marcha uma "revolução" apenas através da vontade e da democracia.

O mundo perfeito de Merkel e dos ideólogos da austeridade está a ser posto em causa, apenas porque a vontade de alguns faz o seu caminho. Espero que essa vontade de alguns se torne rapidamente na vontade de muitos.

Que esta vitória na Grécia sirva de inspiração para os povos da Europa e para uma social-democracia moribunda, órfã de liderança e subserviente ao capital e aos seus interesses. Que os povos da Europa se inspirem e exijam aquilo que é seu por direito - Progresso, prosperidade, direitos para todos, condições de vida.

 Que se termine de vez com este período sombrio, em que os mercados (sejam lá quem forem) ditam as regras, e onde a vida das pessoas seja esquecida. 

É necessária, agora, ainda mais vontade. Em Espanha, Portugal, França, Itália...

Acabar de vez com a cultura da (ir)responsabilidade, que mais não é que governar não para e pelo o povo, mas sim contra ele. Como se as pessoas fossem as responsáveis da vergonha que se tem passado nas últimas décadas pelo mundo sem vergonha das finanças e seus funcionários.

 E, depois da vontade, que venha a coragem. A coragem dos que governam em nome do povo, para que não defraudem o povo e que reponham a confiança na política.

 Obrigado Grécia, mais uma vez, pela criação da democracia e pelo seu regresso.

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publicado às 09:01

Comemorar o ideal, mudar o rumo

por Pedro Delgado Alves, em 09.05.13

 

Passa hoje mais um dia de celebração da Europa, recordando a visão clara de Robert Schumann quanto ao caminho a trilhar para enterrar fantasmas, promover a prosperidade e garantir a paz. No entanto, celebramos a Europa num mar de incertezas, preocupados com uma falta de visão nas lideranças europeias inversamente proporcional aquela que deu o pontapé de saída para o projecto europeu.

 

Entre os erros estratégicos e a demora em dar resposta à crise das dívidas, passando pela teimosia em manter um Euro que não assegura a coesão e o crescimento sustentado de toda a Europa, até chegarmos ao desnorte presente em lidar com o contágio, do qual o episódio cipriota foi a mais eloquente manifestação, estamos bem entalados.

 

Ainda que possa ser difícil construi um consenso europeu diferente, com a rapidez desejável, repondo a centralidade da solidariedade e da coesão na agenda, não é aceitável continuar a olhar para receitas que destroem as economias da periferia, permitem a ascensão de partidos nazis e promovem o regresso à xenofobia e a caricatura mútuas no debate entre Norte e Sul da Europa, numa grotesca adaptação que podia levar o título de A cigarra e a formiga imperialista.

 

Pessoalmente, sei o que gostaria de ver numa Europa resiliente e combativa, inteligente na resposta à crise e mobilizadora dos seus cidadãos: sucintamente penso que a resposta passa por um reforço da componente federal, pela introdução de mecanismos de mutualização da dívida, por um novo papel para o Banco Central Europeu, por um reforço real do orçamento da União e por uma reforma democrática que torne o debate irreversivelmente político e definitivamente não assente em nacionalismos.

 

No entanto, mantendo-se o actual caminho do projecto europeu, continuaremos a não resolver o problema dos défices e das dívidas, teremos assegurado o alastrar da recessão a toda a Europa e teremos ainda aumentado o défice democrático e de legitimação da União Europeia.

 

Precisamente porque acredito convictamente no carácter único da União, mais do que aproveitar o dia para loas sem significado, prefiro aproveitá-lo para denunciar tudo o que ainda falta fazer e tudo o que, mal feito, precisa urgentemente de correcção. Acho que é a forma mais honesta de ser europeísta. 

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publicado às 23:55





Filibuster, subs.

1. Utilização de tácticas de obstrução, tais como o uso prolongado da palavra, por membros de uma assembleia legislativa de forma a impedir a adopção de medidas ou a forçar uma decisão, através de meios que não violam tecnicamente os procedimentos devidos;

Filibuster, noun
1. The use of obstructive tactics, such as prolonged speaking, by a member of a legislative assembly to prevent the adoption of measure or to force a decision, in a way that does not technically contravene the required procedures;

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