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"Não a li, desculpem, não a li.
Era uma leitura obrigatória, mas que perdi.
No Gabinete toda a gente me dizia:
Passos, tens o dever, tens que ter a valentia
De reduzir radicalmente esta sangria
Que é ter o Estado a pagar tanto ordenado.
E assim fiz, e não percebo a decisão
Do tribunal, que por ser constitucional
A mim não me devia fazer mal.
Quando jurei cumprir a lei fundamental
Não sabia ao que ia, e que afinal
Ela não é uma doutrina liberal,
Mas uma lei que a República denomina
Constituição, e que é de todo irracional!
Estou agora confuso, e abananado:
Nunca pensei que fosse assim tão delicado
Despedir cinquenta mil por atacado.
Mas farei o que é costume e habitual:
Lamentarei este desaire com queixume,
Prepararei mais outra lei com azedume
E levarei de novo desse tribunal."
Quem acha que perdeu uma coisa não sabe que a pode usar, nem sabe como.
E por isso quando um Primeiro Ministro diz no Parlamento que o país perdeu a soberania, o amargo de boca é nosso: isso é não saber o que é um país, nem saber o que é a soberania.
Felizmente o Tribunal Constitucional sabe e ensina-o ao Primeiro-Ministro.
O congelamento das contas bancarias no Chipre deixa-me três reflexões rápidas:
a) Nada corrói mais a confiança dos cidadãos no contrato social e na classe politica - e por inerência produz fenómenos de rotura e violência - do que o incumprimento desleal e repentino. Esta medida não e mais do que isso: os cipriotas vêem-se de um dia para o outro e sem aviso prévio expolidos do que seu.
b) Inviabilizar os movimentos dos depósitos não e algo que tenha sido decidido unicamente pelo governo cipriota. Fica a lição para quem ainda tem esperança de que no BCE, no FMI e na União Europeia as opções de politica macro económica são sãs e adequadas. Legitimidade "cientifica"?
c) Não devemos ter por referência os maus exemplos nem comparar-nos com eles.
Declarações de Eduardo Catroga: "No dia em que se inicia a sétima avaliação da "troika", o economista Eduardo Catroga diz que o Governo tem de dispensar funcionários públicos e alterar a idade da reforma" (http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3072968).
Relatório encomendado pelo Governo ao FMI "RETHINKING THE STATE—SELECTED EXPENDITURE REFORM OPTIONS": "The government’s spending reduction target can only be achieved by focusing on major budget items, particularly the government wage bill and pension spending".
A legitimação da solução começa. Falta António Borges vir elogiar.
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