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A vontade é talvez a maior força da humanidade. Não há barreira ou obstáculo que se lhe faça frente.
Foi e é a vontade do povo grego que permitiu a vitória do Syriza e, consequentemente, imporá (espero) a ruptura do mundo do "inevitável".
Percebe-se o burburinho, o incómodo, as ameaças entredentes e a chantagem política sobre o povo grego e o seu recém epossado Governo. Tsipras pôs em marcha uma "revolução" apenas através da vontade e da democracia.
O mundo perfeito de Merkel e dos ideólogos da austeridade está a ser posto em causa, apenas porque a vontade de alguns faz o seu caminho. Espero que essa vontade de alguns se torne rapidamente na vontade de muitos.
Que esta vitória na Grécia sirva de inspiração para os povos da Europa e para uma social-democracia moribunda, órfã de liderança e subserviente ao capital e aos seus interesses. Que os povos da Europa se inspirem e exijam aquilo que é seu por direito - Progresso, prosperidade, direitos para todos, condições de vida.
Que se termine de vez com este período sombrio, em que os mercados (sejam lá quem forem) ditam as regras, e onde a vida das pessoas seja esquecida.
É necessária, agora, ainda mais vontade. Em Espanha, Portugal, França, Itália...
Acabar de vez com a cultura da (ir)responsabilidade, que mais não é que governar não para e pelo o povo, mas sim contra ele. Como se as pessoas fossem as responsáveis da vergonha que se tem passado nas últimas décadas pelo mundo sem vergonha das finanças e seus funcionários.
E, depois da vontade, que venha a coragem. A coragem dos que governam em nome do povo, para que não defraudem o povo e que reponham a confiança na política.
Obrigado Grécia, mais uma vez, pela criação da democracia e pelo seu regresso.
Importa esclarecer em primeiro lugar, que as restrições à circulação de veículos automóveis em algumas zonas da cidade de Lisboa, não começou agora.
De facto, esta é a terceira fase de implementação. Tendo o processo sido iniciado em 2008, na sequência de uma Directiva Comunitária (Directiva Quadro n.º 2008/50/CE de 21 de Maio) e implementada gradualmente desde 2011.
A ideia que se pretende passar da insensibilidade social da CML e, consequentemente, de António Costa, por atacarem aqueles que menos posses têm e não têm condições para adquirirem novas viaturas, é demagogia pura e simples. Senão vejamos:
Perante tais dados, custa-me acreditar que haja assim tantas pessoas que serão afectadas.
Penso, ainda, que o trânsito no centro da cidade deve ser muito limitado, especialmente, numa cidade como Lisboa, que com todas as dificuldades que possam existir no sistema de transportes públicos, está a anos/luz de qualquer outra cidade do país e o mesmo é bastante satisfatório.
A qualidade de vida na cidade depende também de haver cada vez menos veículos a circular na cidade.
Está na hora de sabermos aquilo que queremos enquanto país.
Se queremos ter mais qualidade de vida e menos poluição teremos que atacar os problemas e não enfiar a cabeça na areia como as avestruzes. Pois o ano ainda mal começou e Lisboa já ultrapassou nove (9) vezes o valor máximo permitido de gases poluentes. Sempre que o nível de emissões é ultrapassado, o país é multado pela União Europeia (está bom de saber quem paga essas multas).
Recorde-se que hoje em dia já são fabricados viaturas que cumprem a norma EURO 6.
Cavaco Silva deveria ter gasto os 8 minutos e 14 segundos da sua mensagem de ano novo da seguinte forma:
Teria sido o seu melhor discurso e a sua melhor mensagem de ano novo
Voltarei a este assunto mais aprofundadamente em breve, pois a controvérsia é mais que muita (sucessivas alterações a prazos, regulamentos, etc.).
Para já é importante focarmo-nos nos números que, por muito manipulados, enviesados na divulgação e outros tuques estatísticos, são como o algodão - não enganam.
Assim, e usando 2 pequenos gráficos elaborados pelo jornal Público, pode-se constatar facilmente a amputação à ciência e à formação avançada.
Deixo também um link com a notícia em que o Primeiro-Ministro nega a diminuição do apoio à Ciência.
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/passos-coelho-nega-corte-nas-bolsas-de-doutoramento-1620055
Dia 2 da paródia:
De facto começo a ficar como Passos Coelho ontem, quando afirmou "que o país não vai deixar de querer ver este filme". Apenas lamento esta vergonha nacional.
Como político que sou, peço desculpa a tod@s @s meus concidadãos por isto tudo. Mas acreditem não são todos iguais. Eu não sou igual a esta gente seja ela de que partido for.
(foto "retirada" aos Ladrões da orquestra do Titanic a actuar durante o naufrágio)
Dia 1 do Pântano Político Português
É assim que vai este país. Triste espetáculo.
Da ida a Bruxelas de S. Exa. o Presidente da República, Prof. Dr. Cavaco Silva (convém não escrever de maneira diferente, pois a vida está difícil e multas não vêm nada a calhar) resulta a seguinte notícia:
Apesar da existência de um "contexto económico externo muito mais desfavorável do que inicialmente previsto pelas instituições [que formam a troika - Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu] e do choque assimétrico" a que Portugal foi sujeito, o processo de consolidação orçamental português "tem vindo a avançar", declarou.
Fonte: Jornal de Notícias
Eu não sou grande entendido na matéria, portanto questiono-me do seguinte:
Se a dívida pública não pára de aumentar, se o défice não pára de aumentar, se a Economia contrai-se cada vez mais não será isto o contrário da consolidação orçamental?
Na política portuguesa, os "actores" sempre tiveram a mania de enjeitar as suas responsabilidades. Nunca há culpa de ninguém. Quando a há é sempre de outros. Normalmente é sempre de quem nos antecedeu, desde que sejam de outro partido.
Vem isto a propósito da notícia divulgada há pouco pelo público com o título sugestivo de "GASPAR: PORTUGAL NEGOCIOU MAL O PRIMEIRO MEMORANDO COM A TROIKA".
É sempre muito chato fazer o exercício de memória. Mas lá vai ter que ser novamente. Felizmente a internet hoje é uma preciosa ajuda.
Relembrando então o enviado especial da Alemanha para Portugal, em Maio de 2011, mais concretamente a 9 de Maio de 2011, na apresentação do seu programa eleitoral, disse Pedro Passos Coelho (então candidato e hoje Primeiro-Ministro):
"Este programa está muito além do memorando da Troika".
Disse mesmo mais:
Mais tarde a 6 de Junho de 2011 (fará daqui a uns dias 2 anos precisos) em entrevista à agência reuters foi noticiado um pouco por todo o lado a firme convicção do nem mais tempo, nem mais dinheiro e que o Governo iria para além do memorando, conforme poderemos ver nos link em baixo:
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1871701
Agora 2 anos depois. Depois de falhar todas as previsões e projecções. Depois de terem custado milhares de empresas e empregos. Depois de terem asfixiado o país, a culpa afinal é do primeiro memorando, que sofreu 7 alterações. todas da exclusiva responsabilidade do Governo.
Foi-nos sempre dito que tudo corria bem, que o "ajustamento" estava a ir que nem uma maravilha. No entanto e tendo-se tornado à vista de todos aquilo que é evidente há muito, que nada está a correr bem. Agora a culpa é do primeiro memorando, o tal que era insuficiente na óptica de Coelho & Gaspar.
Admitamos que sim, que a culpa é do primeiro memorando. Então porque é que teimaram em ir para além dele e terem exigido aos portugueses muitos mais sacrifícios que os que estavam previstos inicialmente. Quando a política não é a correcta, muda-se a política não se agrava.
Miguel Esteves Cardoso (MEC) é uma pessoa digna de admiração. Eu admiro-o. E como eu muitas pessoas da minha geração e muitas pessoas de esquerda, também como eu.
Essa admiração surge do facto de ser um escritor brilhante com o seu estilo livre e muito próprio que nos vem deliciando as leituras de alguns anos a esta parte. Tenho lido e ouvido as entrevistas que dem dado a propósito do seu novo livro (que ainda não tive oportunidade de ler) e como sempre têm sido uma aragem no bafiento ar que respiramos nos dias que correm.
Ontem, como muitos, vi com atenção a entrevista que concedeu a Fátima Campos Ferreira na RTP. Das muitas coisas que disse e com as quais concordo, não pude deixar de reparar no grande conflito interior que lhe assome a alma e o espírito.
Assume-se defensor da escola pública gratuita, do serviço nacional de saúde gratuito, do rendimento mínimo garantido (hoje rebatizado de rendimento social de inserção). Em suma assume-se defensor de um estado social forjado pelo grande espírito transformador dos socialistas e trabalhistas do mundo e aqui em Portugal também. Tem razão na sua defesa e fê-lo de forma exemplar. Onde realçou de forma muito particular a importância do Serviço Nacional de Saúde como factor de igualdade entre as pessoas, obviamente marcado pela sua prórpia experiência.
Mas MEC sofre daquilo que se pode apelidar de profunda contradição interior. Contradição entre uma epifania social dos princípios e obras do socialismo democrático (digo assim porque continua-se a confundir social-democracia com PSD) e o facto de ter sido ao longo da vida um conservador assumido. Aqui talvez a contradição hoje já não exista, conforme disse e bem ontem o Sérgio Sousa Pinto em entrevista ao público, hoje os conservadores somos nós os de esquerda. Porque lutamos por conservar aquilo que a direita teima em destruir.
Contradição profunda porque como todos sabemos e MEC não esconde une-o a Paulo Portas uma amizade umbilical que lhe turva a razão. E na tentativa de não se assumir contra aquilo que Paulo Portas diz e faz. Tenta num trilho bem sinuoso manter-se equilibrado num percurso que já nada tem a ver com o projecto político e social da direita populista de Portas. Chegando mesmo a elogiar os políticos (todos eles) responsáveis pela Escola Pública, pelo SNS, pelo Estado Social, como se todos o tivesses construído. Mas tal não aconteceu. Essa conquista não é, infelizmente de todos.
O elogio que MEC faz aos políticos que construiram o "estado social" que ele defende e preconiza foi feito contra muitos outros políticos. Foi feito contra a vontade de uma direita que não percebe a importância de uma sociedade mais igual e justa. Foi feita contra aqueles que hoje estão a tentar destruí-la e onde o seu querido amigo Paulo Portas se inclui, mesmo que MEC não o consiga ver.
Não deve ser fácil estar na pele de MEC com essa angústia interior em que deve viver.
MEC sabe o que é correcto, sabe o que é certo, mas MEC não consegue assumi-lo
, porque não quer beliscar a amizade que o une a Paulo Portas. No entanto, MEC tem a obrigação de ser mais claro publicamente para que não se baralhe mais a cabeça dos portugueses e para afastar a opinião que todos fazem o mesmo, defendem o mesmo e são todos iguais na política.
PS - Uma nota final para dar os parabéns ao filibusteiro Pedro Ângelo pelas suas (algumas) primaveras, que hoje celebra.
Desde pelo menos 2004 que eu e mais alguns amigos politicamente próximos temos referido a importância da reforma das instituições europeias. A começar na sua democratização em nome do projecto europeu sonhado pelos fundadores e reforçado por políticos que sabem bem a importância da solidariedade inter-regiões e estados da Europa em nome da paz e prosperidade dos povos.
Outro dos vectores essenciais dessa reforma seria e continua a ser a arquitectura económica da UE que teima em fixar-se na estabilidade dos preços e gerido por um BCE que a ninguém presta contas (apenas aos mercados) e para quem as pessoas, os cidadãos, são apenas instrumentos das estatísticas trimestrais, semestrais e anuais dos balanços e balancetes.
Sinto que andamos a pregar para o deserto.
Sentimento esse que se agrava por esta política de imposição de austeridade cega, que atira milhares e milhares de pessoas e empresas para o abismo. Que asfixia e mata lentamente a esperança num futuro melhor para as pessoas.
Que empurra para a miséria milhões de portugueses. Que nos retira a dignidade.
Não vejo qualquer racionalidade nisto. Sendo os mercados financeiros, os Estados-Nação, o FMI, a UE, O BCE, a troika uma invenção do Homem. Porque será que tudo isto não é colocado ao seur serviço e não o contrário?
Não percebo o mundo em que vivo. Não percebo a atitude de pessoas como Vitor Gaspar e Pedro Passos Coelho, Portas, Merkel e outros que tais. Como podem ser tão obstinados, tão cegos relativamente ao que se passa à sua volta?
O caminho que a humanidade percorreu até ao Séc. XXI está a ser destruído em meia-dúzia de anos.
Há dias em que a esperança esmorece e as forças para continuar a lutar começam a faltar.
Há momentos em que o desespero nos invade e já não sabemos como continuar a lutar e vemos ao nosso lado as pessoas a serem completamente maltratadas e despojadas dos seus direitos, da sua dignidade da sua condição humana.
Não consigo encontrar justificações para tudo isto. Não há nada que justifique tanta maldade e atrocidade.
Andava há dias para escrever sobre o Programa do Governo Impulso Jovem e o embuste que o mesmo é.
Mas o Governo da República decidiu dizer-nos a todos o que verdadeiramente entende sobre a sua importância ao extingui-lo.
Uns dias após o 2º aniversário da tomada de posse de reeleição de Cavaco Silva entendi deixar aqui a minha (embora já conhecida) opinião da sua magistratura activa.
Penso que aquilo que Cavaco Silva mais teme será realidade. Cavaco nunca deixará de ser uma nota de rodapé dos grandes deste país. No panteão destinado aos grandes do país, Cavaco não tem lugar. Não tem lugar por culpa própria.
Apesar de ter sido tudo na política portuguesa (Deputado, Ministro das Finanças, Primeiro-Ministro durante mais de uma década e Presidente da República a caminho disso), Cavaco Silva não deixará nunca de ser aquilo que sempre tentou não ser - um político daqueles que não deixam saudades.
Talvez por isso Cavaco tente sempre dizer que não é, pois a imagem que tem de si próprio tornaria a sua simples existência um insuportável exercício de respiração.
Não me prenderei nos ínumeros casos que mancham todo o seu percurso. BPN's, Amigos políticos pouco recomendáveis, Insensibilidade social, Declarações infelizes sobre uma reforma milionária, para não falar das contradições permanentes nas suas declarações.
Para mim, Cavaco Silva é o principal responsável de tudo de mau que este país tem. Da cultura da impunidade, do despesismo, do clientelismo político no Estado, da chamada subsidiodependência, do afastamento das pessoas pela política, etc.
Mas quero aqui apenas falar deste mandato de Cavaco.
"Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa", foi com estas palavras que Cavaco Silva deu início ao seu 2º (e felizmente último) mandato de Presidente.
Nesse mesmo dia e em acto contínuo Cavaco Silva decidiu fazer o mais infâme ataque político que há memória de um Presidente a um Governo dando, dessa forma o seu aval, para a precipitação da crise política que nos levou ao resgate financeiro e consequentemente à situação de emergência social e calamidade em que nos encontramos actualmente.
Não pretendo reescrever a história, pois factos, são factos. Nem tampouco ajustes de contas com o passado. Mas é chocante a atitude de Cavaco Silva há 2 anos atrás e a passividade actual.
Então, Cavaco Silva dizia:
"(...)Ao Estado cabe definir com clareza as linhas estratégicas de orientação, as prioridades e os principais desígnios para o todo nacional. Estas serão referências essenciais não apenas para o sector público mas também para a iniciativa privada.
Além disso, é imperativo melhorar a qualidade das políticas públicas. Em particular, é fundamental que todas as decisões do Estado sejam devida e atempadamente avaliadas, em termos da sua eficiência económica e social, do seu impacto nas empresas e na competitividade da economia, e das suas consequências financeiras presentes e futuras. Não podemos correr o risco de prosseguir políticas públicas baseadas no instinto ou em mero voluntarismo.
Só com políticas públicas objectivas, consistentes com uma estratégia orçamental sustentável e com princípios favoráveis ao florescimento da iniciativa privada, poderemos atrair investimento para a economia portuguesa e ambicionar um crescimento compatível com as nossas necessidades. Sem crescimento económico, os custos sociais da consolidação orçamental serão insuportáveis.
Neste contexto difícil, impõe se ao Presidente da República que contribua para a definição de linhas de orientação e de rumos para a economia nacional que permitam responder às dificuldades do presente e encarar com esperança os desafios do futuro.(...)"
"(...)Na actual situação de emergência impõem-se, também, medidas de alcance conjuntural, que permitam minorar os efeitos imediatos da crise e criar o suporte económico e social necessário às transformações estruturais. Exige-se, em particular, um esforço determinado no sentido de combater o flagelo do desemprego.
A expectativa legítima dos Portugueses é a de que todas as políticas públicas e decisões de investimento tenham em conta o seu impacto no mercado laboral, privilegiando iniciativas que criem emprego ou que permitam a defesa dos postos de trabalho."
"(...)Necessitamos de recentrar a nossa agenda de prioridades, colocando de novo as pessoas no fulcro das preocupações colectivas. Muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático. Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI. Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.
A pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. Os Portugueses são pessoas que querem trabalhar, que aspiram a uma vida melhor para si e para os seus filhos. Numa República social e inclusiva, há que dar voz aos que não têm voz."
Com a exortação à manifestação pública da sociedade e dos sacrifícios insuportáveis que já estavam a ser exigidos aos portugueses, Cavaco Silva, à sua velha maneira oportunista, disse o que os portugueses queriam ouvir e deu também o empurrãozito que Passos Coelho precisava para assaltar o poder. Nem que para isso o resultado fosse um resgate com consequências traumáticas para o país e que levarão muitos anos a recuperar:
E muitas outros exemplos poderíamos infelizmente enumerar.
Perante tanta brutalidade, o que leva Cavaco Silva a ter uma postura pública tão diferente? Aquilo que virá à cabeça de muitos (eu incluído) é que a diferença reside apenas nos partidos que governam o país.
Cavaco Silva não tem vergonha de ser um político deste gabarito. Eu tenho muita vergonha de tê-lo como Presidente.
Por tudo isto Cavaco será apenas uma nota de rodapé durante uns anos nos capítulos da grandiosa história deste país. Uma nota de rodapé enquanto houver quem se lembre dele. Depois disso será nada. Como sempre deveria ter sido.
Na semana passada na sua crónica de opinião semanal, Pedro Nuno Santos escreve uma carta aberto a Alexandre Soares dos Santos. Nessa sua opinião, Pedro Nuno Santos decide relembrar alguns assuntos. Desde logo que Alexandre Soares dos Santos, Presidente do Grupo Jerónimo Martins, gosta muito, do alto da sua sapiência, dar lições de moral aos eleitos pelo povo e ao próprio povo sobre aquilo que devem ser e fazer. Em segundo que o Alexandre Soares dos Santos que dá estas lições de moral é considerado o 458º homem mais rico do mundo de acordo com Forbes. Aumentou a sua fortuna e como é sabido é um grande patriota e gosta de contribuir para o país na mesma medida da sua riqueza.
Se assim não fosse teria antecipado a distribuição de dividendos pelos accionistas antes de agravamentos fiscais e teria mudado a sede (domicílio fiscal) da sua holding accionista que controla o grupo Jerónimo Martins para a Holanda onde se pagam menos impostos que em Portugal. Coisa que, todos sabemos, também não fez.
Pedro Nuno Santos decidiu confrontar esse grande patriota, que tem beneficiado de sobremaneira da crise, de juros baixos, da posição dominante de mercado de distribuição e retalho para esmagar preços aos produtores portugueses, que não acrescenta valor acrescentado ao PIB, para em vez de se sentar confortavelmente em cima do monte de notas no cofre como o Tio Patinhas dos livros aos quadradinhos, para ser consequente com o que diz e arriscar na indústria, sugerindo um exemplo.
Falou de bicicletas eléctricas, mas podia ter falado de moldes, de fatos de natação de alta tecnologia, de kayaks e canoas para competição, de tecnologia informática, etc., etc. Exemplificou para afirmar que Alexandre Soares dos Santos para ter autoridade quando decide dar conselhos aos outros para primeiro ser um exemplo. Que não é.
Mas o que surpreende é o facto de encontrarmos logo quem se disponibiliza para assumir as dores de Alexandre Soares dos Santos como Helena Matos faz no seu blog.
Pensaria eu que iria desmentir categoricamente as afirmações de Pedro Nuno Santos quanto ao facto de ASS fugir (ainda que legalmente) ao pagamento de impostos em Portugal. Mas não. Presumi que fosse desmentir o facto de ASS lucrar com esta crise, mas também não o fez. Finalmente, pensei que iria dizer que ASS já investe na indústria produzindo qualquer coisa para o PIB, mas estranheza a minha não fez.
Que fez então Helena Matos?
Com a argumentação básica infantil do "quem diz é quem é" exorta Pedro Nuno Santos a fazer ele mesmo esse investimento em bicicletas ou o que fosse. Manifestando ignorância, pois não sabe se o faz ou deixa de fazer. Sabe que é Deputado e só isso chega-lhe para considerar um parasita. Não refuta, acusa.
Helena Matos, já que está tão preocupada com ASS e com o seu dinheiro. Devolvo-lhe a questão que decidiu endereçar a Pedro Nuno Santos. Helena porque não arrisca antes você? E pode não ser em bicicletas. Arrisque em fabricar calçado ou no têxtil?
Stéphane Hessel morreu ontem com 95 anos. Deixou-nos um apelo para que não nos resignemos, para que lutemos por uma sociedade mais justa e igual. Eu continuarei a indignar-me contra a injustiça e contra uma sociedade dominada por elites que "domam" as nações a seu bel-prazer. Continuarei a indignar-me e a agir contra as inevitabilidades que nos castram a felicidade e os sonhos e que nos impede de nos realizarmos enquanto pessoas e cidadãos.
O Ministro "Álvaro" não pára de surpreender. Foi a Londres dizer que Portugal é amigo do investimento (SIC!)!!!!! Disse-o aquando do exercício das suas novas funções governativas - Agente Imobiliário.
“(...)O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguel. A agiotagem explora o juro…(…)”
Queiroz, Eça, Uma Campanha Alegre (1890)
Actual, Não?!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Facto é que o DUA é omisso no respeitante ao teor ...
Face aos novos dados sobre a real poluição emitida...
Para todos aqueles que têm dúvidas do quanto perig...
Agradeço a sua resposta. Não posso no entanto deix...
Dou de barato a demagogia de fazer a comparação en...